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sábado, 10 de julho de 2010

Analise - Assassin's Creed II

Em 2007, "Assassin's Creed" chegou cercado de muita publicidade e dividiu opiniões de críticos e fãs. Com produção requintada e toques de ficção científica, o jogo apresentou muitos momentos de ação com uso de técnicas do Parkour para mover o protagonista através de muros, telhados e torres dos grandiosos cenários passados durante o século XII, assim como muitos combates furtivos.

O game fez sucesso, mas não foi uma unanimidade graças a uma série de limitações mecânicas e a constante repetição de objetivos e missões. Agora, "Assassin's Creed II" surge com poucas novidades estruturais, mais preocupado em corrigir os defeitos do original e ampliar seu alcance. Diante da proposta, o novo game faz bonito e supera o anterior em todos os sentidos.



A história da franquia gira em torno do mocinho Desmond Miles, um sujeito comum nos dias de hoje que tem nas veias o sangue de grandes assassinos. Em "Assassin's Creed" ele conseguiu ver o passado de um de seus ancestrais, o furtivo Altair, que enfrentou uma grande conspiração no Oriente Médio. A descoberta das ações de Altair pode ser a chave para salvar a humanidade.


O novo jogo continua do ponto em que o anterior parou, depois de um final aberto e abrupto que ficou entalado na garganta de muitos fãs durante todo esse tempo. Miles ainda tenta entender seu papel em toda a confusão que se meteu e agora se vê forçado a absorver as memórias de um outro assassino de sua linhagem, que vive na Itália, 300 anos depois da aventura de Altair.
O novo protagonista é Ezio Auditore, jovem da nobreza de Florença que vê sua família ser traída e resolve vingá-la. Em plena Renascença, o sujeito tem apoio de ninguém menos do que Leonardo da Vinci para traduzir cartas e construir bugigangas que podem ajudá-lo em sua missão pessoal e suas ramificações em uma trama bem maior e sinistra. 


O novato se envolve com ordens secretas, cortesãs, mercenários, políticos corruptos e várias outras figuras enquanto viaja pelo país, em ações que também passam por locais como Veneza e Toscana.
O roteiro com certeza trata com mais carinho seus personagens, com melhor construção e desenvolvimento do que visto no game original. Embora clichês apareçam aos montes, é um trabalho melhor elaborado e que finalmente dá ideia de onde a franquia quer chegar, com direito até a alguns momentos cômicos bem posicionados -- especialmente o que envolve a aparição de uma figura que lembra bastante um certo encanador de macacão vermelho.



A mecânica do jogo pouco mudou em relação ao anterior. O usuário deve andar pelas ruas e interagir com personagens controlados por computador. Entre soldados e transeuntes, há aqueles que dão missões e outros que podem dar abrigo ao herói caso alguma de suas ações dê errado. Quando necessário, é possível escalar praticamente qualquer construção ou obstáculo colocado no caminho enquanto briga, mata ou rouba seus oponentes.


Há um motivo para tudo, claro. Agora a continuação apresenta uma maior variedade de missões, que podem ser de assassinato, intimidação, coleta de informações, entre outros objetivos. E há também mais ajuda para passar por tudo isso graças à presença de médicos que vendem itens de cura, ferreiros que fornecem armas e armaduras, entre outras presenças bem-vindas. 
Para pagar por isso tudo, Ezio deve arrecadar dinheiro. As missões principais e paralelas são responsáveis por boa parte do montante, mas é possível furtar inocentes, revistar os bolsos de inimigos tombados em batalha e vasculhar os cenários em busca de baús escondidos -- para dar uma mãozinha, comerciantes locais vendem até mapas do tesouro.


Uma boa poupança garante ainda outros luxos, como tingimento de roupas para melhor camuflagem e a expansão de seu esconderijo na forma de um grande complexo comercial, e ajuda até na hora de criar um boa distração -- jogue dinheiro para o alto em uma rua cheia para ver o caos se propagar. As possibilidades, ainda que nunca exploradas com muita riqueza, ganham em volume e tornam a experiência bem mais rica e gratificante.


Assim como nos elementos mecânicos, a apresentação ganhou melhorias sem se distanciar muito do que foi visto no game anterior. Não há um salto brutal de qualidade nos gráficos ou áudio, apenas ajustes que o atualizam para o padrão atual.
Houve um claro cuidado na recriação da arquitetura da época, o que garante acessórios, roupas e construções muito bem detalhados. Por outro lado, a performance ainda não é a ideal, com carregamentos um pouco demorados e alguns momentos de lentidão durante ações mais rápidas. Pequenos pontos menos caprichados também incomodam, como alguns modelos de personagens um pouco brutos e grande repetição de obstáculos e prédios.


O áudio é discreto, especialmente no uso de efeitos sonoros, mas é essencial para a ilusão. A dublagem tem boa qualidade, com uso esperto de variação de sotaques para mostrar a diversidade da região, além da presença carismática da atriz Kristen Bell, que volta na pele da misteriosa aliada de Desmond, Lucy Stillman. A trilha pontua o drama de maneira eficaz, mas não chega a criar uma faixa marcante que defina a aventura.

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