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domingo, 12 de setembro de 2010

O jogo Guitar Hero: Warriors of Rock - Esta com data marcada

Guitar Hero: Warriors of Rock tem lançamento marcado para 24 de Setembro na PlayStation 3, Xbox 360 e Wii


Depois de uma crise de identidade que colocou em causa a sua carreira, Guitar Hero está de volta, autenticamente, de cara lavada. Pronto para se livrar do caminho tumultuoso pelo qual ameaçava entrar e munido com todo um espírito que evoca os princípios que ditaram como tudo começou e que lhe serviram como inspiração.
Para a sua sexta entrega na linha principal, Guitar Hero acompanha-se do título "Warriors of Rock" que mais do que um grito de rebeldia é o mais perfeito expressar da sua nova imagem e revigorada essência. Se Guitar Hero ameaçava ser um chá das cinco com a avó a perguntar se podia tocar bateria, agora a Neversoft assegura que Guitar Hero é tanto uma festa para os amigos como um percurso de estilo para os papás ensinarem o que é boa música aos que estão a crescer.
Warriors of Rock não só coloca Guitar Hero de volta no bom caminho como se assegura que o faz com a devida dose de responsabilidade. Guitar Hero é uma série que precisa de evoluções e de novidades mas que em última instância, será sempre a sua lista de músicas que ditará o seu poder, como se fosse a sua personalidade.
Desde os primeiros acordes feitos para dar som à fantástica "Fascination Street" que cedo se percebe que algo mudou, e para melhor, "Seven Nation Army" é quem se segue e a sensação ganha reforço. Quando chegamos a "Black Rain" dos Soundgarden depois de ter passado por "Machine Head" dos Bush e "Uprising" dos Muse ficámos convictos, Guitar Hero está mais cativante e divertido do que nunca e não graças a artificialidades ou a cedências mas sim graças à fidelidade e ao trabalho de recriação mais apurado e mais fiel.
Quando Neil Young começa a gritar "Keep on Rocking in the Free World" já estamos completamente rendidos e quando músicas desconhecidas começam a cativar-nos e a dar-nos a conhecer bandas até então pouco familiares, sabemos logo que algo de bom está a acontecer. Quando se começa a ouvir "that ain't working, that's the way you do it, Money for Nothing and chicks for Free" compreendemos que mais um triunfo foi conquistado e é então que "Bohemian Rhapsody" entra e nos espanta. Freddy Mercury e companhia já não são estranhos ao género, mas o tratamento que a Neversoft deu a esta música é um autêntico atestado de carinho e paixão para uma das melhores bandas de todos os tempos e certamente um dos melhores momentos de toda a série.
Para provar que está mais concentrado do que nunca, Guitar Hero deixa de lado os convidados especiais que se por um lado eram uma homenagem a algumas das maiores figuras do mundo da guitarra, por outro lado nada mais eram do que trivialidades quando o que se pedia era uma lista de músicas imponente.
Agora as figuras de proa são os personagens já bem conhecidos da série, acompanhados por novas caras e ainda, caso queiram, pelos nossos próprios avatares. Estas intrigantes criaturas que habitam nos palcos do mundo do épico e do rock ganham preponderância ao assumir o papel principal no novo modo "Quest" e ao dar o nome ao jogo.
As figuras que já conhecemos vão agora embarcar numa aventura narrada por Gene Simmons dos Kiss e como tradicionalmente temos que tocar várias músicas, de uma lista disponível, para amealhar determinado número de estrelas e assim desbloquear a versão guerreiro do personagem que vamos enfrentar. Ao vencer o confronto ganhamos acesso a essa personagem e ainda a outros extras, que vão poder ser ganhos também noutros modos de jogo, como o "Quickplay+" que regressa e o modo online.
Estes guerreiros trazem ainda características únicas que podem fazer toda a diferença nas músicas mais difíceis pois algumas podem ajudar a amealhar star power mais rapidamente enquanto outras podem ter atributos especiais na angariação de fãs. Tudo está relacionado com a sua personalidade e com o historial que lhes foi sendo desenhado ao longo dos vários jogos. Tudo muito bem elaborado e dotado da essência que ajudou a série a ganhar força.
Para desafiar o jogador e incutir uma maior vontade de continuar a tocar as músicas, não só para brilhar nas tradicionais tabelas de pontuação, a Neversoft criou todo um sistema de desafios e recompensas que vão realmente fazer a diferença. Com um sistema a lembrar outros jogos da Activision como Call of Duty, cada música tem agora objectivos específicos que nos dão acesso a novidades quando alcançados. Podem variar entre manter o star power por determinado tempo como tocar determinado número de notas sem falhar. São variados e prometem trazer para a série uma nova forma de encarar as músicas e também parecem ser uma boa forma de reforçar a longevidade, especialmente para os solitários.

Não só nos modos e nas músicas a Neversoft trabalhou, como dito anteriormente, os charts parecem mais apurados do que nunca e toda a dificuldade sente-se a todos os momentos como natural e a diversão é ajustável às vontades de cada um. Longe parecem estar os tempos de botões exagerados e estranhos, e valores de dificuldade repletos de elementos artificiais que nos deixam confusos se eram propositados ou erros de quem procurava fazer mais do que realmente sabia. Agora tudo transparece como propositado e fruto de esforço redobrado. Cada nota faz sentido e parece um jogo altamente apurado, fazendo com que a satisfação seja redobrada e a dificuldade proporcional à música.

Para além de todo um design e trabalho de arte inspirado nos valores dos guerreiros do rock e como a música é toda uma religião e os palcos são os templos e os instrumentos a via de oração, Warriors of Rock é um produto visualmente melhorado e superior a todos os que vieram antes. Melhores efeitos de luz e personagens dotadas de melhores animações são alguns dos novos pontos de destaque num aparato visual que no seu geral é superior.
Nos dias de hoje quase que não é possível falar de rock/metal e videojogos sem referir Brutal Legend e sendo que ambos os jogos partilham as mesmas inspirações, as capas dos álbuns de metal, todo o estilo de arte e palete de cores e reminiscente da obra de Tim Schafer. O certo é que assenta muito e bem. É cativante e estamos ansiosos para descobrir mais palcos, já que estes refletem a personalidade de cada uma das personagens que os inspirou.

Guitar Hero: Warriors of Rock surpreendeu e muito pela positiva e o texto optimista parte de quem começava a perder o gosto por este tipo de jogos. A vontade por mais saiu reforçada e agora fica a entusiasmante questão: terá Warriors of Rock o que é preciso para ser o melhor da série até à data? Pelo menos figurar entre os melhores é algo praticamente já adquirido e desesperamos para descobrir tudo o que tem para nos dar.


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